O nome exótico dava corpo a uma música também exótica, interpretada por uma voz estranha, por vezes gutural, mas recheada de paixão. Lhasa de Sela era filha de mexicana e americano-judeu-libanês (!), teve uma infância e juventude itinerante, de saltimbanco, a correr pelos EUA e o México pela mão dos pais. O que talvez explique a música estranha, uma fusão das tradições mexicanas com incursões rock e klezmer. Cantava em espanhol, francês e inglês.
Morreu com a chegada do ano novo, a 1 de Janeiro, em Montreal, Canadá, vítima de cancro da mama, aos 37 anos. Deixou três CDs que vale a pena ouvir: La Llorona (1997), The Living Road (2003) e Lhasa (2009).
Eu, aos 23 anos, era bastante limitado… E hoje não tenho a certeza de estar melhor. Por isso me enche de espanto ver gente como esta garota que aos 23 anos já tinha criado algumas canções memoráveis e demonstra um talento invejável — e não, não começou nos Ídolos. E agora tem 24 anos e dois CDs editados.
A Fine Frenzy é o nome artístico de Alison Sudol, uma jovem americana que também já passou por cá (não pude ir ver, mas tenho mesmo muita pena). Em jeito de consolo, andam no Youtube alguns videos com excertos de um DVD que regista a interpretação ao vivo, em estúdio, de alguns temas.
Já agora, o nome A Fine Frenzy deriva de uma passagem de Shakespeare, em Sonho de Uma Noite de Verão:
Lovers and madmen have such seething brains,
Such shaping fantasies, that apprehend
More than cool reason ever comprehends.
The lunatic, the lover, and the poet,
Are of imagination all compact.
One sees more devils than vast hell can hold,
That is, the madman; the lover, all as frantic,
Sees Helen’s beauty in a brow of Egypt:
The poet’s eye, in fine frenzy rolling,
Doth glance from heaven to earth, from earth to heaven;
Nestes tempos de Kindles e afins, em que parece que o livro tal como conhecemos estará com a morte anunciada, o video que se segue, do New Zealand Book Council, é um bálsamo para os olhos.
É verdade que o livro tradicional tem uma «pegada» ecológica pesada. Mas certamente não desaparecerá, pelos menos nos tempos mais próximos, e talvez mesmo nunca. Haverá sempre um nicho de indefectíveis do cheiro do papel, tal como hoje existe um mercado (aliás crescente) para os discos em vinil, apesar do CD e dos mp3.
Seja como for, o video vale por si. Pena que não se consiga perceber grande coisa do que o narrador diz, devido ao sotaque, mas também não importa muito…
Eis um video em que três músicos tocam o Eigenharp, um novo instrumento musical desenvolvidos pele empresa Eigen Labs. O instrumento é capaz de reproduzir praticamente todos os instrumentos tradicionais (veja-se uma demonstração feita para uma peça da BBC aqui), para além de gerar sons que esses instrumentos tradicionais não podem produzir.
Claro que a primeira coisa que me veio à ideia, tal como a muito mais gente, foi a cena de Starwars em que há uns músicos num bar (veja-se a cena aos 0,36 segs):
O video abaixo foi recentemente criado pelo NRDC (National Resources Defense Council) e vale a pena vê-lo. Além disso, a narradora é uma das minhas actrizes favoritas: Sigourney Weaver…
Muita gente se lembra, decerto, do tema Garden Party, que inundou as rádios algures pelos finais dos anos oitenta. Os Mezzoforte contradizem a ideia dos nórdicos como tipos cinzentos e deprimidos… Andam aí desde 1977 e estão bem de saúde. Veja-se:
Lembro-me de ouvir (e ver) o Raul Solnado desde que era miúdo. Agora que o perdemos, não vale a pena dizer as mesmas palavras que já toda a gente disse. Mas vale a pena rir um pouco, mais uma vez, com ele.
Para quem aprecie a fotografia — ou simplesmente imagens de suster a respiração ( e em grande formato), o site do Boston Globe oferece galerias que vale a pena espreitar regularmente em